A Branca de Neve e os Sete Anões
Há muitos anos, num distante reino, vivia um rei com a sua filhinha à qual pôs o nome de Branca de Neve. Era uma menina muito bonita.
Passado algum tempo o rei enviuvou. Mais tarde voltou a casar com uma mulher belíssima, mas extremamente cruel e, além disso, feiticeira, que desde o primeiro dia tratou muito mal a menina.
Passado algum tempo o rei enviuvou. Mais tarde voltou a casar com uma mulher belíssima, mas extremamente cruel e, além disso, feiticeira, que desde o primeiro dia tratou muito mal a menina.
Quando o rei morreu, a feiticeira, vendo que a Branca de Neve estava muito bonita, deu-lhe a fazer todo o trabalho de casa. A rainha tinha um espelho mágico e todos os dias lhe perguntava quem era a mulher mais bonita do mundo. De todas as vezes o espelho respondia que era ela.
Um dia, ao fazer a habitual pergunta, o espelho respondeu:
-Tu és bela, mas a Branca de Neve é muito mais.
Louca de ciúmes, a malvada rainha ordenou a um dos seus servidores que fosse com a Branca de Neve até ao bosque e lhe tirasse a vida. Como prova que havia cumprido tão infame acto, deu-lhe um cofrezinho para trazer o coração de Branca de Neve.
-Tu és bela, mas a Branca de Neve é muito mais.
Louca de ciúmes, a malvada rainha ordenou a um dos seus servidores que fosse com a Branca de Neve até ao bosque e lhe tirasse a vida. Como prova que havia cumprido tão infame acto, deu-lhe um cofrezinho para trazer o coração de Branca de Neve.
Quando o servidor ia cometer o horrível crime, teve pena da pobre princesinha e poupou-lhe a vida, mas preveniu-a que fugisse para o mais longe possível. Depois, para poder levar à rainha uma prova que havia obedecido às suas ordens, caçou um veado e colocou o coração do animal dentro do cofre.
Branca de Neve andou pelo bosque até ao anoitecer e, quando estava muito cansada, deixou-se cair numa pequena clareira, onde adormeceu profundamente.
Branca de Neve andou pelo bosque até ao anoitecer e, quando estava muito cansada, deixou-se cair numa pequena clareira, onde adormeceu profundamente.
No dia seguinte, quando acordou, viu-se rodeada pelos pequenos animais da floresta, dos quais ficou logo amiga. Quando lhes contou o que tinha sucedido e que não tinha para onde ir, os animaizinhos fizeram-lhe sinal para os seguir. Depois de muito caminhar, chegaram a uma casinha no centro do bosque.
Dentro, tudo era pequeno. Tanto as mesas, como as cadeiras, como as caminhas que havia no andar superior, eram diminutas. Por todo o lado reinava a desordem e tudo estava sujíssimo. Pelo tamanho das coisas e dos móveis, a princesa pensou que a casa seria habitada por crianças. Ajudada pelos animaizinhos que a acompanhavam, não tardou a ficar toda arrumada. As roupas limpas, os móveis sem pó e os utensílios de cozinha brilhavam de tão limpos estarem. Pouco depois um alegre fogo ardia na lareira. Branca de Neve estava cansada. Foi para o piso superior e, juntando três caminhas, deitou-se. Pouco depois adormeceu.
Quando anoitecia, 7 pequenas personagens encaminhavam-se para a casa do bosque cantando uma alegre canção. Eram os donos da casa onde Branca de Neve descansava, mas não eram crianças, eram sete anõezinhos. Todos eles, menos um, tinham as barbas muito brancas. Vinham de trabalhar na sua mina de diamantes, cuidadosamente escondida no bosque. Quando chegaram à casinha ficaram surpreendidos ao verem as luzes acesas e tudo tão limpo e arrumado. Começaram a revistar toda a casa. De repente encontraram Branca de Neve, que ainda dormia.
Quando a princesinha acordou, eles apresentaram-se: o Dorminhoco, o Envergonhado, o Miudinho (o único que não tinha barbas), o Feliz, o Atchim, o Sabichão e o Rezingão. Ela contou-lhes todas as aventuras por que tinha passado. Os anõezinhos reuniram-se e resolveram tomar conta dela. Naquela noite, preparou-lhes uma boa ceia e, a seguir, fizeram uma festa em que todos cantaram e dançaram.
A malvada rainha não tardou, por meio do seu espelho mágico, a saber que Branca de Neve continuava a ser a mulher mais bonita do Mundo, e o lugar onde se encontrava. Louca de fúria, decidiu acabar pessoalmente com a vida da princesinha. Para isso, utilizando um líquido, envenenou uma maçã. Quando Branca de Neve a mordesse cairia de sono, como morta. Só poderia despertar se recebesse um beijo de amor.
A malvada rainha não tardou, por meio do seu espelho mágico, a saber que Branca de Neve continuava a ser a mulher mais bonita do Mundo, e o lugar onde se encontrava. Louca de fúria, decidiu acabar pessoalmente com a vida da princesinha. Para isso, utilizando um líquido, envenenou uma maçã. Quando Branca de Neve a mordesse cairia de sono, como morta. Só poderia despertar se recebesse um beijo de amor.
Assim, a rainha foi até à casinha dos anõezinhos, decidindo aproximar-se de Branca de Neve quando os seus companheiros fossem para o trabalho. Quando os viu partir, foi junto da princesinha com a desculpa de pedir-lhe um copo de água. Depois, mostrando vontade de recompensá-la, deu-lhe a maçã envenenada. Branca de Neve mordeu-a e caiu no chão.
Avisados pelos animaizinhos do bosque, os sete anões correram para casa. Todos traziam as suas ferramentas e paus para defenderem a sua querida princesinha. Quando chegaram junto da sua amiguinha viram que estava caída no chão como morta e a horrível bruxa que fugia. Imediatamente se lançaram em sua perseguição com vontade de a castigar como merecia.
A madrasta, para escapar aos seus perseguidores, escalou uma alta montanha. Foi a sua perdição, pois escorregou e caiu no abismo onde encontrou o seu fim. Justo castigo para as suas muitas maldades.
A madrasta, para escapar aos seus perseguidores, escalou uma alta montanha. Foi a sua perdição, pois escorregou e caiu no abismo onde encontrou o seu fim. Justo castigo para as suas muitas maldades.
Os anõezinhos regressaram para junto de Branca de Neve. Deitaram-na numa cama e choraram a perda da sua amiga. Estavam junto da princesa quando por ali passou um príncipe que os ouviu chorar e parou para averiguar o que tinha sucedido. Ao ver a belíssima Branca de Neve deitada no seu leito aproximou-se dela e deu-lhe um beijo de amor. Este beijo quebrou o feitiço e a princesa despertou.
A alegria dos anõezinhos foi enorme. A sua boa amiguinha estava viva. O príncipe pediu a Branca de Neve que casasse com ele. Assim, e depois de se despedir dos seus pequenos amigos, o feliz casal encaminhou-se para o palácio do príncipe.
A Bela Adormecida
Era uma vez...
Um rei e uma rainha muito tristes porque não tinham filhos. Até que um dia nasceu uma linda princesinha que eles chamaram de Aurora. No dia do baptizado vieram três fadas madrinhas, Fauna, Flora e Primavera para dar-lhes os seus presentes. Flora a presenteou com grande beleza e Fauna com uma maravilhosa voz para o canto. Mas antes que Primavera pudesse dizer qual era o seu presente, um furacão invadiu o palácio, e com ele entrou Malévola, a Bruxa do Mal.
Furiosa por não ter sido convidada para a festa. Malévola jogou na inocente criança uma terrível maldição:
- No dia em que completar 16 anos, Aurora espetará o dedo no fuso de uma roca de fiar e morrerá.
Após pronunciar estas palavras horríveis, ela sumiu no ar. Por sorte, ainda faltava o presente de Primavera:
- Minha magia não é tão forte quanto a de Malévola, por isso só posso tentar atenuar a maldição. Aurora não morrerá, mas entrará num sono profundo, do qual só vai despertar com um beijo de amor sincero.
A pequena princesa foi colocada sob a guarda das três fadas madrinhas, que a levaram para o bosque. Os anos se passaram sem que ninguém soubesse onde estava a princesa, nem mesmo a bruxa malvada. Passeando e cantando no bosque, a princesa encontra um jovem cavaleiro que andava ali por perto, Felipe. Os dois conversaram a tarde toda e se apaixonaram.
Enquanto isso as fadinhas preparavam uma linda festa de aniversário. Como as coisas na cabana não davam certo, resolveram usar suas varinhas e tantas mágicas que fizeram, que o pó colorido escapou pela chaminé e chamou a atenção do corvo de Malévola.
Quando Aurora chegou na cabana, ficou muito feliz com a festa-surpresa e adorou o lindo vestido. Contou que estava apaixonada.
Quando souberam de tudo, ao invés de ficarem contentes as fadas ficaram tristes e então disseram toda a verdade para Aurora. Ela estaria, como princesa prometida para outro homem. A pobre princesa chorou muito e depois seguiram para o castelo de seu pai.
No castelo dos pais, Aurora ficou deslumbrada! Percorreu todas as alas e, numa delas, encontrou uma velha (a bruxa MALÉFICA disfarçada!) que estava a fiar numa roca, e lhe pediu ajuda. Aurora, boa como era, não foi capaz de dizer que não. Mas mal tocou na roca, picou-se, e caiu no chão profundamente adormecida.
Quando as três fadas, que já haviam regressado ao bosque, souberam do sucedido, resolveram encantar o castelo. Todos adormeceram nos lugares onde estavam, o rei, os músicos, os cortesãos, os criados, até o bobo da corte e as aias e os cavaleiros! O tempo ali como que parou. Desesperadas as fadas foram procurar Felipe. Contaram tudo a ele. Imediatamente pôs-se a caminho. Com o castelo cercado de espinhos, as fadas então presentearam Felipe com o Escudo da Verdade e com a Espada de Esperança.
A bruxa malvada transforma-se num enorme dragão. Felipe luta como pode. Quando tudo parecia perdido, Primavera veio ajudar Felipe e encantou mais uma vez a espada. Quando ele a arremessou contra o coração do dragão, ela foi certeira e Malévola desapareceu para sempre.
O príncipe correu para a torre onde estava Aurora e, beijando-a com amor, rompeu o encanto. O feitiço desfez-se! Aurora acordou. E acordou o rei. E a rainha também. E acordou toda a corte. E a alegria voltou ao castelo, e fizeram-se grandes festejos, com música e danças por todo o lado.
E naquela noite, Aurora dançou com Felipe. Mais tarde casaram-se e viveram muito felizes.
A pequena sereia
A Pequena Sereia era a filha caçula do rei Tritão, era uma sereia diferente das outras cinco irmãs. Era muito quieta, não era difícil vê-la distante e pensativa.
Desde os dez anos, a Pequena Sereia guardava uma estátua de um jovem príncipe que havia encontrado num navio naufragado. Passava às vezes horas contemplando a estátua, que aguçava ainda mais sua vontade de conhecer o mundo da superfície. Porém esse seu desejo só poderia ser realizado quando completasse quinze anos, nessa idade é dada a permissão para as sereias nadarem até a superfície do mar.
Para a Pequena Sereia esse dia especial parecia nunca chegar. Ela acompanhava a cada ano, os quinze anos de cada uma das suas irmãs, ansiosa para que o seu dia chegasse em breve também, e escutava atenta o relato de cada uma delas sobre tudo aquilo que viram.
As irmãs contavam sobre os barulhos da cidade, as luzes, o céu, os pássaros, sobre as pessoas, animais, eram tantas as novidades que só aumentava o desejo da Pequena Sereia de conhecer aquele mundo.
A Pequena Sereia queria ver as cores douradas que surgiam no céu, quando o sol de escondia no horizonte. A chuva, com as nuvens cor de chumbo. Conhecer o arco-íris, as flores, as montanhas, as plantas. Às vezes as cinco irmãs subiam juntas à superfície para passear, e a Pequena sereia ficava triste em seu quarto, no castelo, sentia uma enorme angústia e uma coisa estranha, parecia ter vontade de chorar, embora as sereias não chorem, pois não têm lágrimas.
Até que o dia tão esperado chegou, o coração da Pequena Sereia saltitava de felicidade. Recebeu de presente da sua avó um colar de pérolas, símbolo da realeza. A pequena sereia chegou à superfície na hora do pôr–do-sol. O céu estava dourado com nuvens rosadas. Ela ficou maravilhada com o que via. Ela avistou um grande navio com três mastros e nadou até ele. O céu escureceu e no navio foram acesas centenas de lanternas coloridas. A sereiazinha nadou contornando o navio e, pela escotilha do salão viu pessoas alegres, dançando. Um rapaz em especial, chamou-lhe atenção.
Passadas algumas horas, o vento começou a soprar forte. A lua e as estrelas sumiram do céu e começaram a surgir trovões e relâmpagos. O mar estava revolto, ondas gigantescas atacavam o navio. Os marujos assustados, retiraram as velas do navio. As pessoas gritavam assustadas. O navio balançava muito, até que uma onda gigantesca o tombou para o lado. A escuridão foi total
Um raio iluminou o céu e a Pequena Sereia viu pessoas gritando e tentando se salvar nadando.
De repente a sereiazinha viu o príncipe. Ele estava se afogando. Ela sentia que tinha que ajudá-lo. Ela nadou entre os destroços do navio e o alcançou.
O jovem príncipe estava desmaiado. Ela segurou firmemente, mantendo a cabeça dele para fora da água, e flutuou com ele até a tempestade passar. Ao raiar do sol, a sereiazinha verificou que o príncipe respirava tranquilamente. Ela ficou aliviada em ver que ele estava bem, ficou tão contente que o beijou. Nadou com ele até uma praia, o dentou na areia e escondeu-se atrás das rochas.
Ela viu que existia algumas casinhas por perto, certamente alguém o encontraria. Logo uma jovem apareceu na praia e foi caminhando na direção do rapaz. O , que até então, estava desmaiado acordou e sorriu para a moça. A moça correu para buscar ajuda e em pouco tempo o príncipe foi levado ao vilarejo. A sereiazinha ficou aliviada por ter salvado o jovem, mas ficou triste pois temia não vê-lo novamente.
A Pequena Sereia voltou para o seu castelo no fundo do mar. As irmãs a encontraram triste e quieta. Após longa insistência das irmãs, a sereiazinha contou-lhes toda a sua aventura.
Uma das irmãs sabia quem era o príncipe e sabia que ele morava em um castelo à beira-mar.
As seis sereias nadaram até lá. Esconderam-se atrás de uns rochedos, esperaram até que viram o príncipe e viram que ele estava bem.
A pequena sereia pensava muito no jovem príncipe. Ela daria sua vida para ser humana e encontrar-se com o príncipe nem que fosse só por um dia.
Seu pai, o rei Tritão estava preocupado com a filha, nem as festas no palácio alegravam a jovem sereia. Ela nem cantava mais nas festas, todos adoravam ouvi-la cantar, sua voz era linda.
Numa noite, a Pequena Sereia tomou uma decisão: foi procurar a feiticeira do mar.
A feiticeira é uma bruxa, mora no meio dos redemoinhos, cercada de plantas cheias de espinhos e animais peçonhento e perigosos.
A sereiazinha acreditava que a única pessoa capaz de ajudá-la a transformar-se em humana, seria a feiticeira.
A feiticeira concordou em lhe dar duas pernas, mas a sereiazinha só se tornaria humana se o príncipe se apaixonasse e casasse com ela. Avisou que a sereiazinha sentiria terríveis dores nas pernas par ao resto da vida e nunca mais poderia voltas ao fundo do mar. Caso o príncipe não se apaixonasse por ela e casasse com outra moça, depois da noite do casamento, o primeiro raio de sol transformaria a Pequena Sereia em espuma.
A sereiazinha ficou assustada, mas aceitou correr o risco, pois queria estar com o seu amado.
Em troca dos serviços da feiticeira, a jovem lhe daria a sua voz. Mesmo assim, a sereiazinha aceitou a proposta, estava decidida a tentar. A feiticeira deu-lhe um frasco contendo a poção que lhe daria as pernas. Em seguida roubou-lhe a voz. A sereiazinha não se despediu de ninguém, nadou em direcção ao palácio do príncipe. Foi então, que ela tomou a poção dada pela feiticeira. Imediatamente sentiu terríveis dores como se punhais lhe rasgassem a cauda. A dor foi tamanha que a jovem não aguentou e desmaiou.
Quando amanheceu, a princesa acordou, na praia, ao seu lado estava o príncipe, olhando-a curioso e preocupado. A sereiazinha percebeu que estava sem roupa, e possuía duas pernas no lugar de sua cauda. Cobriu-se então com seus longos cabelos.
O príncipe quis saber seu nome e o que acontecera. Porém, a jovem não conseguia falar, não tinha mais sua voz.
O príncipe a levou para o palácio, onde foi cuidada e alimentada. A sereiazinha passou a viver feliz naquele lugar ao lado do príncipe. Sofria terríveis dores sempre que andava, era como se algo furasse seus pés. Mas nada era superior a sua felicidade em estar com o seu amado. Cada dia que passava, o príncipe gostava mais da pequena sereia, As pessoas do palácio também se encantavam com a pequena sereia. Porém o coração do príncipe e seus pensamentos pertenciam à jovem que o encontrara na praia, ele achava que ela o havia salvo. Um dia a pequena sereia descobriu que o rei planejava casar o príncipe com a filha do rei vizinho. Eles fariam uma viagem de navio para conhecer a futura noiva. A pequena sereia ficou muito triste, se o príncipe se casasse com outra ela morreria. Ficou cheia de esperança quando o jovem príncipe lhe confidenciou que nãos e casaria com a jovem escolhida pelo seu pai, pois já amava outra moça. A sereiazinha acompanhou a família real na viagem.
Na hora em que conheceu a futura noiva, o príncipe ficou encantado, era a mesma moça da praia. A pequena sereia viu que o príncipe estava apaixonado. Naquela mesma noite ele casou-se com a jovem princesa, a moça da praia. Enquanto todos festejavam, a princesa sofria de tristeza. Foi então para o convés observar o mar. Nesse momento ela viu suas irmãs, todas de cabelos curtos. Deram seus cabelos à feiticeira em troca de um punhal mágico. A Pequena Sereia precisaria matar seu amado com aquele punhal, antes do amanhecer, assim, poderia voltar a ser sereia e viver no fundo do mar. A sereiazinha muito triste pegou o punhal, foi até o quarto do príncipe e vendo-o dormindo tranquilo ao lado da sua esposa, saiu correndo dali.
A sereiazinha tinha um coração bom, e seu amor era verdadeiro, não poderia jamais matar o seu amado. Sendo assim, ela se dirigiu ao convés do navio, já estava amanhecendo. A sereiazinha, então, atirou-se no mar, no mesmo instante o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, e assim o feitiço se realizou, a Pequena Sereia virou espuma branca do mar.
A princesa e o sapo
Era uma vez um príncipe que queria casar com uma
princesa — mas tinha de ser uma princesa verdadeira. Por isso, foi viajar pelo
mundo fora para encontrar uma, mas havia sempre qualquer coisa que não estava
certa. Viu muitas princesas, mas nunca tinha a certeza de serem genuínas havia sempre qualquer coisa, isto ou aquilo, que não parecia estar como
devia ser. Por fim, regressou a casa, muito abatido, porque queria uma princesa
verdadeira.
Uma noite houve uma terrível tempestade; os trovões
ribombavam, os raios rasgavam o céu e a chuva caía em torrentes — era
apavorante. No meio disso tudo, alguém bateu à porta e o velho rei foi abrir.
Deparou com uma princesa. Mas, meu Deus!, o estado em
que ela estava! A água escorria-lhe pelos cabelos e pela roupa e saía pelas
biqueiras e pela parte de trás dos sapatos. No entanto, ela afirmou que era uma
princesa de verdade.
— Bem, já vamos ver isso — pensou a velha rainha. Não
disse uma palavra, mas foi ao quarto de hóspedes, desmanchou a cama toda e pôs
uma pequena ervilha no colchão. Depois empilhou mais vinte colchões e vinte
cobertores por cima. A princesa iria dormir nessa cama.
De manhã, perguntaram-lhe se tinha dormido bem.
— Oh, pessimamente! Não preguei olho em toda a noite!
Só Deus sabe o que havia na cama, mas senti uma coisa dura que me encheu de
nódoas negras. Foi horrível.
Então ficaram com a certeza de terem encontrado uma
princesa verdadeira, pois ela tinha sentido a ervilha através de vinte edredões
e vinte colchões. Só uma princesa verdadeira podia ser tão sensível.
Então o
príncipe casou com ela; não precisava de procurar mais. A ervilha foi para o
museu; podem ir lá vê-la, se é que ninguém a tirou.
Alice no País das Maravilhas
Era
uma vez uma menina chamada Alice. Numa tarde de verão, ela estava sob a sombra
de uma árvore, ao lado de sua irmã mais velha, que lia um livro sem nenhuma
figura. Achando aquilo muito chato, Alice foi ficando cada vez mais sonolenta
quando, de repente, apareceu um coelho apressado com um enorme relógio
exclamando:
- Hãaa!!! Já é tarde! Muito tarde!
O coelho entrou numa toca e a menina foi atrás. De repente, ficou tudo muito
escuro e Alice sentiu que estava a cair num poço que parecia não ter fim. E...
de repente, plaft! Tinha caído sentada num monte de folhas secas. Olhou em seu
redor e viu uma pequena porta. Quis passar, mas não conseguiu, porque a porta
era minúscula.
Havia por ali uma lata em que estava escrito "Coma-me". Abriu a lata
mais que depressa e, vendo que eram biscoitos, começou a comer. Para surpresa de
Alice, quanto mais ela comia, menor ficava em tamanho. Foi ficando
pequenininha, pequenininha e assim conseguiu passar pela portinha.
Saiu então num jardim onde viu flores falando e cantando. Isso a deixou
super-admirada. Perguntou então às flores:
- Como posso crescer novamente?
- Siga em frente. Responderam em coro.
Alice obedeceu. Andou, andou, e encontrou em cima de um cogumelo um bichinho
verde que lhe perguntou:
- Que deseja, menina?
Percebendo a tristeza de Alice, o bichinho verde disse:
- Coma do cogumelo, mas coma só do lado direito, senão você diminui.
Minutos depois de comer, Alice voltou ao seu tamanho normal. Muito feliz, ela
levou consigo mais dois pedacinhos do cogumelo.
Sem rumo certo, Alice continuou a andar quando, inesperadamente, encontrou um
gato risonho:
- Pode me indicar o caminho que devo seguir?. Disse a menina.
- Humm! Mas pra onde deseja ir? - perguntou o gato.
- Não sei!...
- Humm! À direita, mora o Chapéu; à esquerda, mora a Lebre de Março. Hãaa!.
Tanto faz, menina, os dois são malucos, disse o gato.
- Maas, então, tenho eu que viver entre doidos?
- Humm! Humm! Dê trinta passos pra frente, trinta passos pra direita e mais
trinta pra esquerda. Ali existe uma árvore que orienta.
Sem entender nada, mas levada pela intuição, Alice chegou na casa da Lebre de
Março e viu a Lebre e o Chapéu tomando chá ao ar livre. Sentou-se à mesa com os
dois.
- Mais vinho, Chapéu? - perguntou a Lebre.
- Oh! Oh! Oh! Sim, por favor, querida, um pouco mais de leite sem manteiga com
casca de pão - respondeu ele.
Aturdida, sem entender nada, Alice saiu dali em disparada. Mais à frente, ela
viu os soldados da Rainha de Copas pintando de vermelho as flores brancas que
ali existiam.
- Mas por que estão pintando de vermelho as flores brancas?
- Plantamos flores brancas por engano. Como a Rainha só gosta de flores
vermelhas, se não pintarmos as flores brancas de vermelho, ela manda cortar
nossas cabeças, responderam eles.
No Reino de Copas, tirando essa maluquice toda, tudo corria normalmente. Um
dia, porém, um soldado roubou da Rainha um pedaço de bolo. Foi preso para ser
julgado e condenado. E Alice, mesmo sem saber do acontecido, foi convocada para
testemunhar.
Estava para se iniciar o julgamento, quando algo muito estranho aconteceu. Alice
começou a crescer, a crescer... e ficou muito alta, com mais de um quilómetro
de altura. Os soldados então começaram a correr atrás dela para expulsá-la do
Reino, porque assim mandava a lei. Nesse instante, Alice acordou e viu-se
deitada no colo de sua irmã que lia um livro sem figuras. Ah, ah, ah!
Felizmente, tudo tinha sido só um sonho!!!
Capuchinho Vermelho
Era uma vez uma
menina que vivia numa aldeia no bosque. Toda a gente da aldeia a conhecia pela
sua simpática e beleza. Certo dia a sua avó fez-lhe
um capucho vermelho, todos os seus amigos passaram a chamar-lhe capuchinho vermelho.
Um dia, a sua mãe, preparou-lhe um cesto com bolos e mel para levar à sua avó, que estava doente.
um capucho vermelho, todos os seus amigos passaram a chamar-lhe capuchinho vermelho.
Um dia, a sua mãe, preparou-lhe um cesto com bolos e mel para levar à sua avó, que estava doente.
No caminho encontrou
um lobo mau, este fez-se de simpático e perguntou à menina:
- Onde é que vais? – Perguntou ele.
- Vou visitar a minha avozinha que está muito doente. – Respondeu ela.
O lobo com ar de maroteiro disse à menina:
- Também seria bom que eu fosse visitar a avó da menina! – Exclamou o lobo
- Excelente ideia. – Afirmou a menina.
O que ela não sabia é que o lobo iria-lhe sugerir o caminho mais longe. E assim foi, o lobo chegou primeiro e comeu a avozinha.
Quando o capuchinho vermelho chegou a casa da avozinha era um lobo que estava deitado na cama da avó. O capuchinho apenas se apercebeu que avó, neste caso, o lobo tinha umas mãos grandes, uns olhos grandes e por fim uma boca grande. Foi quando o lobo lhe disse:
- A boca é para te comer!
- Onde é que vais? – Perguntou ele.
- Vou visitar a minha avozinha que está muito doente. – Respondeu ela.
O lobo com ar de maroteiro disse à menina:
- Também seria bom que eu fosse visitar a avó da menina! – Exclamou o lobo
- Excelente ideia. – Afirmou a menina.
O que ela não sabia é que o lobo iria-lhe sugerir o caminho mais longe. E assim foi, o lobo chegou primeiro e comeu a avozinha.
Quando o capuchinho vermelho chegou a casa da avozinha era um lobo que estava deitado na cama da avó. O capuchinho apenas se apercebeu que avó, neste caso, o lobo tinha umas mãos grandes, uns olhos grandes e por fim uma boca grande. Foi quando o lobo lhe disse:
- A boca é para te comer!
De repente salta da
cama e come a menina adormecendo de seguida.
Um caçador que por
ali passava apercebeu-se que o ressonar não era da senhora que ali vivia.
Entrou e viu o lobo a dormir e lembrou-se que esta podia ter comido a avó. Foi
quando lhe cortou a barriga de onde lhe saiu o capuchinho e a avó. Antes de lhe
fechar a barriga, agarrou num monte de pedras e pôs lá dentro. Os três ficaram
muito contentes e fizeram uma merenda para comemorar.
Música do Lobo Mau
O Rato Cidade e
o Rato do Campo
Um rato que morava na Cidade, acertando de ir ao campo, foi convidado por
outro, que lá morava, e levando-o à sua cova, comeram ambos cousas do campo,
ervas e raízes.
Disse o Cidadão ao outro: – Por certo, compadre, tenho dó de ti, e da
pobreza em que vives. Vem comigo morar na Cidade, verás a riqueza, e a fartura
que gozas. Aceitou o rústico e vieram ambos a uma casa grande e rica, e
entrados na despensa, estavam comendo boas comidas e muitas, quando de súbito
entra o despenseiro, e dois gatos após ele. Saem os Ratos fugindo. O de casa
achou logo seu buraco, o de fora trepou pela parede dizendo:
Ficai vós embora com a vossa fartura; que eu mais quero comer raízes no
campo sem sobressaltos, onde não há gato nem ratoeira. E assim diz o adágio:
Mais vale magro no mato, que gordo na boca do gato.
Moral da
história: Mais vale magro
no mato, que gordo na boca do gato.
Os
três porquinhos
Era uma vez três porquinhos que viviam com a sua mãe, como
já eram crescidos a mãe disse-lhes que chegara a hora de cada um ir á sua vida.
Resolveram cada um construir a sua própria casa.
O mais preguiçoso construiu uma casa com palhinhas, foi o mais rápido e assim
pode ir brincar, o seguinte construiu uma casa com paus, também acabou
rapidamente e foi juntar-se ao seu irmão, o terceiro mais voluntarioso construiu
a sua casa com tijolos.
Chegada a noite cada um foi para a sua casa, o lobo mau que andara todo o dia a
observa-los e estava faminto foi bater á porta do primeiro porquinho.
- Truz, truz.
- Quem é? - Perguntou o porquinho assustado.
- Sou eu o lobo e quero entrar, se não abrires vou soprar, soprar até a casinha voar.
- Truz, truz.
- Quem é? - Perguntou o porquinho assustado.
- Sou eu o lobo e quero entrar, se não abrires vou soprar, soprar até a casinha voar.
E assim o fez, a casa rapidamente voou, o porquinho fugiu
para a casa do irmão seguido do lobo que bateu novamente á porta.
- Truz truz.
- Quem é? - Perguntaram os porquinhos assustados.
- Sou eu o lobo e quero entrar se não abrirem vou soprar, soprar até a casinha voar.
- Truz truz.
- Quem é? - Perguntaram os porquinhos assustados.
- Sou eu o lobo e quero entrar se não abrirem vou soprar, soprar até a casinha voar.
Assim o fez, a casa voou e os porquinhos fugiram para a casa
de tijolo do terceiro porquinho, seguidos do lobo.
- Truz-truz- voltou o lobo a bater cada vez mais esfomeado.
- Quem é? - Perguntou o porquinho mais velho
- Sou eu, o lobo e quero entrar, se não abrires vou soprar, soprar até a tua casinha voar.
- Truz-truz- voltou o lobo a bater cada vez mais esfomeado.
- Quem é? - Perguntou o porquinho mais velho
- Sou eu, o lobo e quero entrar, se não abrires vou soprar, soprar até a tua casinha voar.
Assim o fez, mas a casinha nem um
milímetro mexeu, o lobo olhou para a chaminé e pensou que seria por ali que
poderia entrar e subiu ao telhado, mas o porquinho que era muito astuto tinha
um grande caldeirão com água a ferver, quando o lobo entrou caiu directamente
dentro do caldeirão dando um salto tão grande que foi parar ao meio da floresta
e até hoje nunca mais ninguém ouviu falar no lobo mau.
"Os Três porquinhos em verso"
Cada um a sua casa foi construir,
Para do lobo fugir.
O mais novo de palha,
Porque nunca se atrapalha.
O do meio de madeira,
Tudo à maneira.
O mais velho tijolos usou,
E foi o que os salvou.
Quando o lobo apareceu,
A casa do mais novo desapareceu,
E a do meio estremeceu.
Abrigaram-se na casa do irmão,
E aqueceram água no caldeirão.
O lobo espertalhão
Desceu pela chaminé.
E apanhou um escaldão,
No seu grande pé.
O patinho
feio
A mãe pata tinha escolhido um lugar
ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido, no meio da folhagem,
perto do rio que contornava o velho castelo. Mais adiante estendiam-se o bosque
e um lindo jardim florido.
Naquele lugar sossegado, a pata agora
aquecia pacientemente seus ovos. Por fim, após a longa espera, os ovos se
abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e
miúdos, os patinhas amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho.
Porém um dos ovos ainda não se abrira; era um ovo grande, e a pata pensou que
não o chocara o suficiente.
Impaciente, deu umas bicadas no ovão e ele começou a se romper.
No entanto, em vez de um patinho amarelinho saiu uma ave cinzenta e
desajeitada. Nem parecia um patinho.
Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a
mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou a mergulhar junto com os outros.
Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era
só um patinho muito, muito feio.
Tranquilizada, levou sua numerosa família para conhecer os outros animais que
viviam nos jardins do castelo.
Todos deram os parabens à pata: a sua ninhada era realmente bonita. Exceto um. O
horroroso e desajeitado das penas cinzentas!
— É grande e sem graça! — falou o peru.
— Tem um ar abobalhado — comentaram as galinhas.
O porquinho nada disse, mas grunhiu com ar de desaprovação.
Nos dias que se seguiram, as coisas pioraram. Todos os bichos, inclusive os
patinhos, perseguiam a criaturinha feia.
A pata, que no princípio defendia aquela sua estranha cria, agora também sentia
vergonha e não queria tê-lo em sua companhia.
O pobre patinho crescia só, malcuidado e desprezado. Sofria. As galinhas o
bicavam a todo instante, os perus o perseguiam com ar ameaçador e até a
empregada, que diariamente levava comida aos bichos, só pensava em enxotá-lo.
Um dia, desesperado, o patinho feio fugiu. Queria ficar longe de todos que o
perseguiam.
Caminhou, caminhou e chegou perto de um grande brejo, onde viviam alguns
marrecos. Foi recebido com indiferença: ninguém ligou para ele. Mas não foi
maltratado nem ridicularizado; para ele, que até agora só sofrera, isso já era
o suficiente.
Infelizmente, a fase tranqüila não durou muito. Numa certa madrugada, a quietude
do brejo foi interrompida por um tumulto e vários disparos: tinham chegado os
caçadores!
Muitos marrequinhos perderam a vida. Por um milagre, o patinho feio conseguiu
se salvar, escondendo-se no meio da mata.
Depois disso, o brejo já não oferecia segurança; por isso, assim que cessaram
os disparos, o patinho fugiu de lá.
Novamente caminhou, caminhou, procurando um lugar onde não sofresse.
Ao entardecer chegou a uma cabana. A porta estava entreaberta, e ele conseguiu
entrar sem ser notado. Lá dentro, cansado e tremendo de frio, se encolheu num
cantinho e logo dormiu.
Na cabana morava uma velha, em companhia de um gato, especialista em caçar
ratos, e de uma galinha, que todos os dias botava o seu ovinho.
Na manhã seguinte, quando a dona da cabana viu o patinho dormindo no canto,
ficou toda contente.
— Talvez seja uma patinha. Se for, cedo ou tarde botará ovos, e eu poderei
preparar cremes, pudins e tortas, pois terei mais ovos. Estou com muita sorte!
Mas o tempo passava, e nenhum ovo aparecia. A velha começou a perder a
paciência. A galinha e o gato, que desde o começo não viam com bons olhos
recém-chegado, foram ficando agressivos e briguentos.
Mais uma vez, o coitadinho preferiu deixar a segurança da cabana e se aventurar
pelo mundo.
Caminhou, caminhou e achou um lugar tranqüilo perto de uma lagoa, onde parou.
Enquanto durou a boa estação, o verão, as coisas não foram muito mal. O patinho
passava boa parte do tempo dentro da água e lá mesmo encontrava alimento
suficiente.
Mas chegou o outono. As folhas começaram a cair, bailando no ar e pousando no
chão, formando um grande tapete amarelo. O céu se cobriu de nuvens ameaçadoras
e o vento esfriava cada vez mais.
Sozinho, triste e esfomeado, o patinho pensava, preocupado, no inverno que se
aproximava.
Num final de tarde, viu surgir entre os arbustos um bando de grandes e
lindíssimas aves. Tinham as plumas alvas, as asas grandes e um longo pescoço,
delicado e sinuoso: eram cisnes, emigrando na direção de regiões quentes.
Lançando estranhos sons, bateram as asas e levantaram vôo, bem alto.
O patinho ficou encantado, olhando a revoada, até que ela desaparecesse no
horizonte. Sentiu uma grande tristeza, como se tivesse perdido amigos muito
queridos.
Com o coração apertado, lançou-se na lagoa e nadou durante longo tempo. Não
conseguia tirar o pensamento daquelas maravilhosas criaturas, graciosas e
elegantes.
Foi se sentindo mais feio, mais sozinho e mais infeliz do que nunca.
Naquele ano, o inverno chegou cedo e foi muito rigoroso.
O patinho feio precisava nadar ininterruptamente, para que a água não
congelasse em volta de seu corpo, criando uma armadilha mortal. Mas era uma
luta contínua e sem esperança.
Um dia, exausto, permaneceu imóvel por tempo suficiente para ficar com as patas
presas no gelo.
— Agora morrerei — pensou. — Assim, terá fim todo meu sofrimento.
Fechou os olhos, e o último pensamento que teve antes de cair num sono parecido
com a morte foi para as grandes aves brancas.
Na manhã seguinte, bem cedo, um camponês que passava por aqueles lados viu o pobre
patinho, já meio morto de frio.
Quebrou o gelo com um pedaço de pau, libertou o pobrezinho e levou-o para sua
casa.
Lá o patinho foi alimentado e aquecido, recuperando um pouco de suas forças.
Logo que deu sinais de vida, os filhos do camponês se animaram:
— Vamos fazê-lo voar!
— Vamos escondê-lo em algum lugar!
E seguravam o
patinho, apertavam-no, esfregavam-no. Os meninos não tinham más intenções; mas
o patinho, acostumado a ser maltratado, atormentado e ofendido, se assustou e
tentou fugir. Fuga atrapalhada!
Caiu de cabeça num balde cheio de leite e, esperneando para sair, derrubou
tudo. A mulher do camponês começou a gritar, e o pobre patinho se assustou
ainda mais.
Acabou se enfiando no balde da manteiga, engordurando-se até os olhos e,
finalmente se enfiou num saco de farinha, levantando uma poeira sem fim. br>
A cozinha parecia um campo de batalha. Fora de si, a mulher do camponês pegara
a vassoura e procurava golpear o patinho. As crianças corriam atrás do
coitadinho, divertindo-se muito.
Meio cego pela farinha, molhado de leite e engordurado de manteiga, esbarrando
aqui e ali, o pobrezinho por sorte conseguiu afinal encontrar a porta e fugir,
escapando da curiosidade das crianças e da fúria da mulher.
Ora esvoaçando, ora se arrastando na neve, ele se afastou da casa do camponês e
somente parou quando lhe faltaram as forças.
Nos meses seguintes, o patinho viveu num lago, se abrigando do gelo onde
encontrava relva seca.
Finalmente, a primavera derrotou o inverno. Lá no alto, voavam muitas aves. Um
dia, observando-as, o patinho sentiu um inexplicável e incontrolável desejo de
voar.
Abriu as asas, que tinham ficado grandes e robustas, e pairou no ar. Voou.
Voou. Voou longamente, até que avistou um imenso jardim repleto de flores e de
árvores; do meio das árvores saíram três aves brancas.
O patinho reconheceu as lindas aves que já vira antes, e se sentiu invadir por
uma emoção estranha, como se fosse um grande amor por elas.
— Quero me aproximar dessas esplêndidas criaturas — murmurou. — Talvez me humilhem
e me matem a bicadas, mas não importa. É melhor morrer perto delas do que
continuar vivendo atormentado por todos.
Com um leve toque das asas, abaixou-se até o pequeno lago e pousou
tranqüilamente na água.
— Podem matar-me, se quiserem — disse, resignado, o infeliz.
E abaixou a cabeça, aguardando a morte. Ao fazer isso, viu a própria imagem
refletida na água, e seu coração entristecido deu um pulo. O que via não era a
criatura desengonçada, cinzenta e sem graça de outrora. Enxergava as penas
brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso.
Ele era um cisne! Um cisne, como as aves que tanto admirava.
— Bem-vindo entre nós! — disseram-lhe os três cisnes, curvando os pescoços, em
sinal de saudação.
Aquele que num tempo distante tinha sido um patinho feio, humilhado, desprezado
e atormentado se sentia agora tão feliz que se perguntava se não era um sonho!
Mas, não! Não estava sonhando. Nadava em companhia de outros, com o coração
cheio de felicidade.
Mais tarde, chegaram ao jardim três meninos, para dar comida aos cisnes.
O menorzinho disse, surpreso:
— Tem um cisne novo! E é o mais belo de todos! E correu para chamar os pais.
— É mesmo uma esplêndida criatura! — disseram os pais.
E jogaram pedacinhos de biscoito e de bolo. Tímido diante de tantos elogios, o
cisne escondeu a cabeça embaixo da asa.
Talvez um outro, em seu lugar, tivesse ficado envaidecido. Mas não ele. Seu
coração era muito bom, e ele sofrera muito, antes de alcançar a sonhada
felicidade.
A Cigarra e a
Formiga
Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando
e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa
formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a
tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada,
foi bater na casa da formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra:- No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra:- No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
A Dama e o
Vagabundo
A Dama e o Vagabundo Que natal feliz! Uma jovem recém-casada recebeu de presente uma pequena cadelinha que chamou de Lady. E desde então é um festival de carinhos que não tem fim! Lady é tão linda que os cães do quarteirão não tem olhos para nada, a não ser para ela. Especialmente Vagabundo! Porém, Lady recusa-se a falar com ele. Ela acha tão despenteado, tão mal-educado! Um belo dia, Lady deu adeus à sua boa vida. Sua dona teve um bebê. Todos os sorrisos, todos os carinhos são para o recém-nascido. Mas o pior de tudo é quando tia Sarah chega em casa com seus dois horríveis gatos. Si e Ão. Os dois siameses malvados começam imediatamente a atacá-la e a mexer em tudo que havia dentro de casa. Lady defende, porém quebra tudo na sala. Como punição lhe colocam uma focinheira. Lady se debate, salta, dá pulos, se enfurece! Para onde será que ela vai? Ela foge desesperada para a rua, e os cães vadios a atacam sem piedade. Mas eis que chega o Vagabundo! Ele rosna, morde, afasta os cachorrões, Salvando Lady. Lady se encanta com a bravura de Vagabundo e começa se apaixonar! Vagabundo conduz Lady à uma cantina do seu amigo Tony. E aquele dia em especial Tony prepara uma deliciosa macarronada para os dois. E ali começou um grande romance. Mais tarde eles se casaram, tiveram muitos filhotes e Lady pode voltar com sua família para casa, onde todos puderam ser felizes.
A Carochinha
Era uma vez uma Carochinha
muito pretinha e muito luzidia que andava numa dobadoira a arrumar a cozinha.
Qual não foi o seu espanto quando achou cinco réis, muito novinhos e
amarelinhos.
Carochinha, começou a pular
de contente. Depois, acabou de arrumar tudo muito bem arrumadinho, tirou o
avental, compôs o vestido preto e foi pôr-se à janela, perguntando a quem
passava:
- Quem quer casar com a
Carochinha que é airosa e formosinha?
Neste momento passou por ali um porco do Alentejo,
muito gordo e bem tratado, que grunhiu duas vezes:
- Quero eu, quero eu.
- Que é que tu comes? – perguntou a
Carochinha que era muito lambareira.
- O que Deus dá, - respondeu o porco, que
realmente tinha muito boa boca.
- Não me serves, - retorquiu a Carochinha,
fazendo um amuo de enfado.
O porco pôs o focinho no chão, muito envergonhado e
aborrecido, e foi-se embora.
- Quem quer casar com a Carochinha, que é airosa
e formosinha?
- Quero eu, - respondeu o Gato das Botas das Sete Léguas, fazendo
uma grande reverência à Carochinha.
- Que é que tu comes?
- Como tudo o que Deus
dá, tendo certa preferência pelos carapaus pequeninos.
- Puf! Não me serves.
Espero que Deus me há-de dar um marido mais fino do que tu.
O Gato das Botas das Sete
Léguas espetou as orelhas, deu à cauda em sinal de despeito, e foi-se embora
furioso.
Volta a Carochinha a
perguntar:
- Quem quer casar com a
Carochinha que é airosa e formosinha?
- Quero eu, - respondeu no seu vozeirão forte, um boi que ia puxar
à nora.
- Que é que tu comes?
– perguntou a gulosa da Carochinha.
- Como palha, feno,
ervas, enfim tudo o que Deus dá para nosso sustento.
- Hum! Não me serves!
Quero marido mais delicado do que tu.
O boi que era muito
bonacheirão foi ruminando com a palha e as ervas que comera, estas palavras,
muito sensatas:
- Forte tola! Deus me
livre de tal mulherzinha!
- Quem quer casar com a
Carochinha, que é airosa e formosinha? –
esganiçou-se a perguntar a presumida da Carocha.
- Quero eu, - respondeu um ladino coelho, que ia a correr para um
prado.
- Tu és muito bonito,
- disse a Carochinha, a olhar para o pêlo lustroso do coelho. – O que é que
comes?
- Ah! minha linda
Carocha! Como ervas tenrinhas, troços de couves, cenouras…
A Carochinha fez uma careta
de aborrecimento e despediu o coelhinho com estas enfadadas palavras:
- Que porcaria de comida! O
meu marido há-de ser uma criatura de gostos mais finos.
O coelhinho que era muito
garoto fez uma careta à Carochinha e, pernas para que te quero, aí vai ele até
ao prado, onde saboreou uma rica erva que lá existia.
A Carocha, já muito
arreliada, tornou a perguntar, esganiçando-se cada vez mais:
- Quem quer casar com a
Carochinha, que é airosa e formosinha?
- Quero eu, - disse de além um ratinho de olhitos pretos e vivos,
e de orelhas espetadas.
- Que é que tu comes?
- Ora o que há-de ser? Tudo
o que é bom e que está nas despensas dos ricos: bom presunto, belo queijo,
chouriços, paios, fiambre, toucinho entremeado, carne assada, muito tenrinha…
- Que rico marido eu
encontrei, - respondeu radiante a nossa lambareira Carochinha.
Combinado o casamento,
fez-se uma festa de truz. Houve um jantar tão cheio de petiscos e iguarias, que
toda a bicharada dele falou durante muito tempo.
No Domingo, Carochinha
vestiu o seu vestido de cetim preto, pôs um chapéuzinho impertinente com duas
aigretes pretas e, toda vaidosa, foi à missa com o marido.
No meio do caminho,
Carochinha, reparou que não tinha trazido as luvas.
Tolinha como era, ficou
muito arreliada com o caso. «O que iriam pensar dela os bichos da
vizinhança?» Uma senhora tão ilustre sem luvas!
O João Ratão – era este o
nome do marido da Carochinha – logo, todo amável, voltou atrás a buscá-las.
Abriu a porta da sua
casinha, e o seu paladar foi tentado, pelo rico cheirinho que se espalhava pela
casa toda. Um cheirinho a toucinho que era mesmo um regalo.
Com a boca cheia de água, o
nosso amigo aí vai, já esquecido das luvas, até à panela que fervia em lume
brando.
João Ratão, destapou a
panela e, gulosamente, meteu a mão para tirar um pedacinho do tentador toucinho
mas, com tanta infelicidade o fez, que escorregou e caiu dentro da panela.
Carochinha esperou, esperou
impacientemente, bateu o seu pézito calçado com botinha de verniz preto e,
furiosa, foi a casa pronta a zangar-se com o João Ratão por a ter feito esperar
tanto tempo.
Chegou lá e o coração
deu-lhe um baque. A panela destapada, fazia com que se espalhasse pelo ar um
cheiro a toucinho e a rato cozido.
Ah! o pobre João Ratão fora
vítima da sua gulodice! Má hora aquela em que quisera casar com um guloso.
Talvez tivesse sido mais
feliz se houvesse casado com um dos primeiros pretendentes: o porco, o gato, o
boi… Todos tão simples, e tão frugais que se contentavam com qualquer comida
Carochinha sentou-se num
banquinho da cozinha, lavada em lágrimas. O banco, apesar de ser de pau, lá se
comoveu com a sorte da Carochinha, e perguntou-lhe por que estava triste.
- Ora por que há-se ser,
meu amigo? É que morreu o meu João Ratão.
- Então eu para
compartilhar do teu desgosto, vou-me partir.
E bumba, o banco partiu-se e
atirou com a Carochinha de pernas para o ar. Lá ficou a pobrezita deitada de
costas a lamentar aquela triste ideia do banco.
«Partir-se para quê? Longe
de remediar o seu mal, ainda por cima a deixava de costas, numa posição tão
incómoda e de que custava tanto libertar-se.»
Após muitos esforços,
conseguiu colocar-se na sua posição habitual e foi esconder-se atrás duma
porta, para chorar à vontade a sua dor, sem ninguém a incomodar.
A porta, porém, apercebeu-se
das lágrimas da Carochinha, e perguntou-lhe o que tinha.
- Valha-me Deus! Morreu o
meu João Ratão.
- Pobre de ti! Quero
acompanhar-te na tua mágoa. Vou-me pôr a abrir e a fechar; os meus gonzos
chiarão e será esse o meu choro.
Mal dissera aquilo, a porta
pôs-se a abrir e a fechar, e a Carochinha, se não desse um pulo, morria
esmigalhada.
- Esta só pelo mafarrico!
Para que quererão os outros partilhar, aparentemente, uma dor que não é sua?
Carochinha saiu de casa,
pensando que ao ar livre estaria melhor. Foi sentar-se à sombra duma nogueira e
começou a soluçar baixinho:
- Morreu o meu João Ratão!
A árvore que isto ouviu,
pôs-se logo a lamentar a sorte da pobre Carocha e, querendo manifestar-lhe a
sua pena, começou a deixar cair sobre ela todas as nozes que tinha.
Algumas magoaram bastante a
pobrezita que, foi a correr pelos campos fora, sem ânimo para chorar a morte do
seu João Ratão, não fossem outras coisas condoer-se da sua desdita e molestá-la
mais ainda.
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